quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Biografia


Henry Ford nasceu em 30 de Julho de 1863, nos Estados unidos. Era filho de pais emigrantes, William e Mary Irish Ford, que exploravam uma quinta em Dearborn, Michigan. Henry ajudava o pai nas colheitas e freqüentava a escola pública. Com 16 anos de idade, partiu para Detroit á procura de emprego. Foi aprendiz de mecânica e mais tarde, quando regressou a casa, trabalhou para a Westinghouse Motor Company.
Em 1888, casou com Clara Bryant. Passados alguns anos, mudaram – se para Detroit, onde fundou a Ford Motor Company, em 1903. Logo após a criação da empresa, foi processado pela associação de fabricantes de automóveis licenciados, mas, em 1911, ganhou o caso em tribunal.Henry Ford veio a falecer em 1947, sendo 7 de Abril.

Taylorismo - Uma grande Influência


Em muitos outros países, as idéias de Taylor desertaram grande interesse e motivaram a criação de organizações para estudar e divulga –las, bem como iniciativas similares. No Brasil, o IDORT – Instituto de Organização Racional do Trabalho – foi fundado em São Paulo para essa finalidade, nos anos 30. Na então recém – nascida União Soviética, Lênin esteve entre os grandes advogados do taylorismo, que considerava uma das ‘maiores realizações cientificas no campo de analise dos movimentos mecânicos durante o trabalho, da eliminação dos movimentos supérfluos e desajeitados e do planejamento dos métodos corretos de trabalho’. Segundo Lênin, o taylorismo deveria a qualquer custo ser adotado como forma de aumentar a produtividade do trabalhador soviético. A idéia do ‘operário –padrão’, é outro desdobramento que surgiu desse entusiasmo pela procura da melhor maneira de realizar tarefas.Nos anos 50, os japoneses retomaram as idéias de Taylor para renovar sua industria e criaram o conceito de Kaizen (aprimoramento continuo), uma aplicação do taylorismo. Os resultados alcançados com a aplicação dessa técnica, bem como a subseqüente popularidade da guerra ao desperdício, fariam os princípios da administração científica continuar desfrutando de grande interesse na virada do milênio.

domingo, 20 de setembro de 2009

Princípios da Produção em Massa (Fordismo)


Assim como o nome de Taylor está associado á administração científica, o nome de Henry Ford (1863-1947), está associado á linha de montagem móvel, mas esse foi apenas um dos inúmeros avanços que ele criou e que deixaram sua marca na teoria e prática da administração. Foi Henry Ford quem elevou ao mais alto grau os dois princípios da produção em massa, que é a fabricação de produtos não diferenciados em grande quantidade: peças padronizadas e trabalhador especializado.

Peças e Componentes padronizados e intercambiáveis

Na produção massificada, cada peça ou componente pode ser montado em qualquer sistema ou produto final. Para alcançar a padronização, Ford passou a utilizar o mesmo sistema de calibragem para todas as peças. Em todo o processo de manufatura. Esse principio deu origem ao controle da qualidade, cujo objetivo era assegurar a uniformidade das peças. Além de padronização, Ford procurou simplicidade, reduzindo o numero de peças de seus produtos. Por exemplo, o bloco de seu motor de quatro cilindros era uma única peça fundida, ao passo que seus concorrentes fundiam os quatro cilindros separadamente, para depois junta – los.

Especialização do trabalhador

Na produção massificada, o produto é dividido em partes e o processo de fabrica – lo é dividido em etapas. Cada etapa do processo corresponde á montagem de uma parte do produto. Cada pessoa e cada grupo de pessoas, num sistema de produção em massa, tem uma tarefa dentro de uma etapa de um processo predefinido. A divisão do trabalho implica a especialização do trabalho. Na produção artesanal, o trabalhador faz um produto do começo ao fim - desde o projeto até o controle de qualidade final – ou uma parte significativa de um produto final.Na produção de massa, as qualificações do trabalhador resumem – se ao conhecimento necessário para a execução de uma tarefa - a clássica atividade de apertar parafusos, parodiada por Charlie Chaplin no filme Tempos Modernos. Essa mecanização da atividade humana, que produz a alienação do trabalhador, foi objeto das críticas mais contundentes que se fizeram á produção massificada.

Linha de Montagem de Henry Ford


No começo, a Ford trabalhava artesanalmente. Em 1908, o tempo médio de ciclo (o tempo total trabalhado antes de serem repetidas as mesmas operações) de um montador da Ford chegava há 514 minutos. Nesse sistema, cada trabalhador ficava sempre ma mesma área de montagem e fazia uma parte importante de um carro (por exemplo, colocar rodas, molas, motor) antes de passar para o carro seguinte, que vinha até ele. Porém, era responsabilidade do trabalhador apanhar as peças no estoque e traze – las até seu posto. Para cumprir esta responsabilidade, o trabalhador tinha que ir atrás do trabalho.
A primeira providencia que Ford tomou para tornar esse processo mais eficiente, foi entregar as peças em cada posto, de onde os trabalhadores não precisavam mais ficar saindo o dia todo. Em seguida, Ford decidiu que o montador executaria uma única tarefa, andando de um carro para outro dentro da fabrica. Em 1913, pouco antes de implantar a linha de montagem, o tempo médio de ciclo do montador da Ford havia caído para 2,30 minutos. Logo apareceram os problemas deste procedimento: a movimentação consumia tempo e, como os montadores tinham velocidades diferentes de trabalho, os mais rápidos perdiam sua eficiência quando encontravam os mais lentos pela frente.

Linha de Montagem Movel


Em 1910, Henry Ford estabeleceu a primeira planta dedicada exclusivamente á montagem final de peças fabricadas em plantas distintas, que eram partes de um processo produtivo comum.
A linha de montagem móvel, na qual o produto desloca – se ao longo de um percurso enquanto os operadores ficam parados, desenvolveu – se rapidamente em seguida. Em 1912, o conceito de linha de montagem, sem mecanização, foi aplicado á fabricação de motores, radiadores e componentes elétricos. Finalmente, no começo de 1914, a Ford adotou a linha de montagem móvel e mecanizada para a montagem do chassis , que passou a consumir 1 hora e 33 minutos de trabalho, em contraste com as 12 horas e 28 minutos necessários no ano anterior, quando a montagem ainda era artesanal.
As conseqüências foram espantosas. O tempo médio de ciclo foi reduzido para 1,19 minuto, por causa da imobilidade do trabalhador. A nova tecnologia também reduzia a necessidade de investimento de capital. A velocidade maior da produção reduzia também os custos dos estoques de peças á espera da montagem. Melhor de tudo, quanto mais carros eram produzidos, mais baratos eles ficavam. Tudo isso incendiou a imaginação dos concorrentes.

Inovações de Ford


Ford foi grande inovador em muitos outros aspectos. Também em janeiro de 1914, adotou o dia de trabalho de 8 horas e duplicou o valor do salário, para 5 dólares por dia, medida que não foi vista com simpatia por seus concorrentes. Mas ele achava que seus operários deveriam poder comprar o produto que fabricavam, o que sem dúvida é opinião avançada até mesmo hoje. Este processo era chamado de “salário de motivação”.
Eficiência significava para Ford, contratar e manter os melhores trabalhadores.
Homem de mentalidade orientada para o mercado, imaginava que seu cliente médio era o fazendeiro que tinha uma caixa de ferramentas e sabia maneja – las. O manual do proprietário do Ford Modelo T, lançado em 1908, já em formato de perguntas e respostas, explicava em 64 páginas como usar ferramentas simples para resolver os 140 prováveis problemas que o carro poderia ter. Á medida que se evidenciavam suas vantagens, oModelo Ford atraía uma empresa após outra, tornando – se rapidamente o padrão de organização das empresas industrias nos Estados Unidos.

Ford Modelo T


Em 1 outubro de 1908, a Ford lança no mercado dos Estados Unidos, o seu Modelo T, um veículo confiável, robusto, seguro, simples de dirigir e principalmente barato.Qualquer um era capaz de dirigi-lo ou consertá-lo, sem precisar de motorista ou mecânico. Como diríamos hoje em dia, numa expressão atualmente em voga, era um produto user-friendly (amigo do usuário).A fabricação desse modelo ganharia notável incremento a partir de 1913, quando Henry Ford, inspirado nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, implanta a linha de montagem e a produção em série, revolucionando a indústria automobilística. O T era o primeiro carro projetado para a manufatura, Pode-se afirmar com segurança que a indústria automobilística começou a partir deste momento, pois, até então, fabricado artesanalmente, o automóvel ainda era visto com desconfiança pelos americanos. Não passava de um brinquedo barulhento, perigoso e caro.Com estas inovações, em vez de um operário ficarem responsáveis pela produção de todas as etapas de um carro, várias pessoas ficavam responsáveis pela produção de etapas distintas de vários carros. Henry Ford criou um engenhoso sistema de esteira, que movimentava o carro em produção em frente aos operários, para que cada um executasse a sua etapa. Isto aumentou em muito a produtividade, pois um carro ficava pronto a cada minuto.Em conseqüência, o custo de cada unidade caiu em relação aos concorrentes existentes no mercado. E a queda de preço foi constante: em 1908, ano de seu lançamento, a unidade custava US$ 850; em 1927, último ano de sua fabricação, o preço havia despencado para US$ 290.Por estas razões, o T conquistou o público americano e de outros países. Em 1914 é iniciada sua fabricação na Argentina. Em 1917, é lançado o caminhão Modelo TT. Em 1918 Henry Ford transferiu a presidência da Ford Motor Company para seu filho Edsel Ford. Em 1919, a Ford se torna o primeiro fabricante de automóveis no Brasil, com a produção do carro e do caminhão dessa linha. Em 1920, mais da metade dos veículos que circulavam ao redor do mundo eram modelos T e podiam ser vistos até em países distantes como Turquia e Etiópia. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Modelo T foi empregado amplamente, até mesmo como ambulância, e correspondeu nas condições mais adversas.
A produção do Modelo T foi mantida até 1927. Alguns meses depois de realizar uma cerimônia para apresentação do carro nº15 milhões, Henry Ford concluiu que era hora de o Modelo T ceder o lugar a uma nova geração de produtos. O recorde de quase vinte anos de produção e mais de quinze milhões de unidades produzidas, só foi superado em 1972.Como parte das comemorações de seu centenário, em 2003, a Ford restaurou seis unidades do Modelo T. A versão de 2003, denominada Modelo T-100, foi fabricada totalmente à mão, sendo idêntica à original de 1914.

Ford Modelo A

Por volta de 1926, o enfraquecimento das vendas do Modelo T finalmente convenceu Henry a fazer um novo modelo de automóvel. Ele desempenhou o projeto com um grande número de técnicos especializados no projeto de motor, chassi, mecânica e outras necessidades, deixando o desenho da carroceria para seu filho. Edsel também conseguiu prevalecer sobre seu pai na oposição inicial deste à inclusão de um sistema de mudança transmissão deslizante. O resultado foi o sucesso do Ford Model A, introduzido em dezembro de 1927 e produzido até 1931, com uma produção total de mais de quatro milhões de automóveis. Posteriormente, a empresa adotou um sistema de mudança anual de modelo, semelhante ao que é utilizado pelos fabricantes de automóveis de hoje. Não antes de 1930 Henry superou sua oposição contra companhias de financiamento. No entanto, após isso, a Universal Credit Corporation, de Ford, tornou-se a principal financiadora de veículos.

Companhia de Aviões Ford


Henry Ford teve participações na mecanização do campo, na fabricação de motores aeronáuticos, chegando a construir um motor Liberty durante o período da primeira guerra mundial, e anos mais tarde um trimotor para aviões. A Ford, assim como outras empresas automotivas, entrou no negócio da aviação durante a Primeira Guerra Mundial. Após a guerra, ele retornou à indústria automobilística até 1925, quando Henry Ford adquiriu a companhia de aviação Stout Metal Airplane Company.

Expansão do Modelo


Junto com o trabalhador especializado, que se tornou o principal elemento da linha de montagem móvel, surgiu novas ocupações. O engenheiro industrial assumiu o planejamento e controle da montagem; o engenheiro da produção ficou com o planejamento do processo de fabricação. Faxineiros limpavam periodicamente as áreas de trabalho enquanto técnicos circulavam para calibrar e reparar as ferramentas. Outros especialistas controlavam a qualidade. Os supervisores deveriam procurar e encontrar problemas na fabrica, para que a administração superior pudesse corrigi – los. No final da linha, havia os reparadores, que tinham muitas das habilidades dos artesões originais e consertavam o que quer que estivesse errado. Neste sistema, o trabalhador especializado, mais sem grandes qualificações, não tinha perspectiva de ascensão profissional, que era privilégio dos engenheiros.
As vantagens competitivas desse modelo impulsionaram a For para a primeira posição na indústria automobilística mundial, virtualmente eliminando as empresas artesanais, com exceção de algumas poucas que se mantiveram no mercado do alto luxo. Em 1923, foram produzidos 2,1 milhões de unidades do Modelo T. Em 1926, a Ford montava automóveis em 19 paises, além dos Estados Unidos. Em 1915, já era o principal fabricante na Inglaterra. Nesse país, na Alemanha e na França, tinha fábricas completamente integradas, na apenas montadoras, no começo dos anos 30. Até o final de sua vida, foram produzidas 17 milhões de unidades do modelo T.
Desde antes da I Guerra, já havia uma peregrinação de industrias de todo o mundo á fabrica da Ford em Detroit. Henry Ford não fazia segredos de suas técnicas e suas idéias estavam disponíveis para ser utilizadas na Europa. No entanto, a Segunda Guerra interrompeu os planos dos europeus para a utilização da produção em massa na industria Civil, que só foi retomada nos anos 50. No final dessa década, Volkswagen, Renault, Fiat e Mercedes - Benz estavam produzindo em escala comparável ás empresa americanas, das quais eram cópias virtuais.A grande aceitação dos princípios da administração científica e da linha de montagem é responsável pela notável expansão da atividade industrial em todo o mundo. Entretanto neste exato instante em qualquer fábrica de grande porte, em qualquer lugar do planeta, você poderá constatar que Taylor e Ford iriam sentir – se em casa. Linhas de Montagem correm carregando todos os tipos de produção ou especialistas em organização e métodos continuam circulando, fazendo anotações em pranchetas, desenhando fluxogramas, cronometrando e filmando as operações. A tecnologia sofisticou – se, há robôs ao lado de pesssoas, computadores cronômetros digitais e câmeras de vídeo. No entanto, os princípios são exatamente os mesmo. Taylor continua a ter razão: as técnicas são apenas auxiliares dos princípios.

Legado de Ford


As idéias de Henry Ford modificaram todo o pensamento da época, foi através delas que se desenvolveu a mecanização do trabalho, produção em massa, padronização do maquinário e do equipamento, e por conseqüência dos produtos, forte segregação do trabalho manual em relação ao trabalho braçal, o operário não precisava pensar apenas fazer seu trabalho com o mínimo de movimentação possível. Ele também implementou a política de metas, mesmo não tendo esse nome, ele dizia que X carros deveriam ser produzidos em Y dias. Além disso, ele revolucionou o tratamento aos trabalhadores, pois melhorou o salário deles, segundo Ford ao mesmo tempo em que, pelo pagamento de um salário substancial para aqueles que trabalhavam com a produção e a distribuição, o poder de compra aumentaria. Por esses motivos pode-se dizer que Henry Ford tornou-se um grande marco, sendo hoje muito estudado nas áreas de administração.